“Qualidade das respostas e dos recursos humanos” entre preocupações da NÓS

Coordenadores da ‘Agenda Barreiro 2025’ ouvem IPSS

A Coordenação do Projeto ‘Agenda Barreiro 2025’, promovida pelo Partido Socialista (PS) do Barreiro, reuniu esta semana com a Direção da NÓS – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente. O encontro realizado na sede da instituição permitiu efetuar um levantamento dos constrangimentos sentidos por esta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), em torno das questões do emprego e da atividade económica ligadas à economia social.

Com o objetivo de “ouvir para conhecer e agir, de forma a impactar positivamente sobre a realidade do concelho do Barreiro”, João Pintassilgo e Frederico Rosa – coordenadores gerais da ‘Agenda Barreiro 2025’ – apresentaram esta Agenda como “um projeto alargado à sociedade civil de ‘Desenvolvimento Económico Socialmente Sustentável’, de longo prazo, até 2025, que tem como objetivo afirmar o Barreiro como ente de desenvolvimento do país”. Considerando que “a autarquia do Barreiro não tem desempenhado o seu papel em torno do desenvolvimento económico”, João Pintassilgo admite que a Coordenação que integra tem, por isso, estado “em contacto com os agentes económicos e sociais com impacto local e regional”.

“Temos o grande desafio de criar sinergias entre diversos setores em cada área a criar valor para o todo ‘Cidade’, tirando as pessoas «do gabinete» em torno de estratégias que criem sustentabilidade”, argumentou Frederico Rosa.

Sara Ferreira, elemento que neste processo coordena o Grupo de Trabalho orientado para ‘Valorizar as Pessoas’, questionou, neste âmbito, quais os constrangimentos mas também os desafios que se colocam perante a NÓS até 2025. Paulo Braz, presidente de Direção da Associação, recordou que a NÓS, estando ligada desde a sua origem ao apoio à população com deficiência, aumentou o seu campo de ação a situações de desvantagem social, tendo ainda crescido, recentemente, para um total de 10 respostas sociais que exigiram um crescimento significativo quanto ao seu número de trabalhadores, que ascende atualmente a cerca de 100.

Sendo, desta forma, uma instituição com “alguma relevância em termos de empregabilidade no concelho”, a NÓS tem, contudo, “«apanhado por tabela» face à falta de recursos com que têm que lidar as IPSS”. “A situação de estabilidade da NÓS deve-se a uma forte gestão e adaptação, que tem permitido o seu crescimento envolvendo a comunidade e os parceiros”, admite Paulo Braz.

Humberto Candeias, um dos diretores da Associação, destacou a preocupação da Direção com “a qualidade das respostas e dos recursos humanos”, lamentando a dificuldade de se “manter [nas IPSS] trabalhadores diferenciados”. Para os dirigentes da Associação, “ter condições para que as pessoas possam ficar” é, na verdade, “um problema”, até porque os acordos de financiamento para respostas sociais abrangem somente trabalhadores diretos.

A aposta contínua da NÓS em respostas inovadoras ou de franca necessidade da parte da população depara-se, igualmente, com acordos que sofrem com “uma tipificação a nível nacional”. “Temos o caso da Intervenção Precoce e do Centro de Apoio Familiar e de Aconselhamento Parental (CAFAP), cujos acordos aumentaram em termos do apoio dado aos cidadãos, mas, mais do que ter mais gente «para trabalhar com», o que é necessário é que a sociedade e outros parceiros funcionem de forma articulada, nomeadamente também no apoio à criação de emprego”, frisou Humberto Candeias remetendo, de igual modo, para a importância da resposta social do Protocolo do Rendimento Social de Inserção.

Complementaridade dos serviços é uma necessidade

Continuando a haver a nível concelhio listas de espera para as respostas a pessoas com deficiência, como é o caso dos Centros de Atividades Ocupacionais, o apoio na área da saúde mental é, em simultâneo, uma preocupação e considerada “uma área problemática no Barreiro”. Elisabete Guinote, membro da Direção da NÓS, admitiu que esta é “uma área que a Associação está a tentar abraçar”, dadas as características de muitos utentes, pelo que a instituição abriu recentemente os seus Estatutos a esta área, o que permite que venha a existir uma resposta formal da NÓS na área da saúde mental à comunidade.

Projetar a Associação para o futuro, pensando na sua continuidade, passa por “capacitar os recursos existentes com formação e condições de trabalho” nas respostas existentes ou que venham a surgir, considera Paulo Braz. Na opinião do presidente da Direção, um desafio que se coloca às instituições passa por estas não conseguirem “ter projetos pensados e estruturados «em gaveta» para se poderem candidatar no âmbito de áreas de apoio relevante à comunidade”, devido à “falta de tempo” e ao “volume de trabalho” dos colaboradores.

“Penso que se poderia pensar na possibilidade de as Câmaras Municipais ou mecanismos externos terem grupos que apoiem as instituições a apresentar candidaturas, facultando a partilha administrativa dos apoios em curso por parte de empresas ou entidades, com timings para apresentação de projetos”, considerou o presidente.

Em curso na NÓS está um processo de elaboração de um Plano Estratégico, envolvendo parceiros, fornecedores e outras forças vivas da comunidade, com a ideia principal de “contribuir para a construção de uma comunidade mais sustentável, tolerante e em que todos possam viver com qualidade de vida e não se sintam à margem”, revelou Humberto Candeias. “Temos que nos movimentar para que isso aconteça e para que não haja ainda gente em casa e sozinha, procurando ir ao encontro dos cidadãos que ainda não têm resposta às suas necessidades”, completou o diretor, considerando a necessidade de haver “uma intervenção transversal e flexível na complementaridade de serviços, colocando as necessidades das pessoas em primeiro lugar”.

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