Workshop incentiva técnicos ao uso de linguagem positiva nas intervenções de risco

Promovido pela CPCJ e pelo CAFAP da NÓS

«Que tipo de linguagem os técnicos dos serviços de promoção e proteção de crianças e jovens em situação de risco devem adotar para se aproximarem das famílias junto das quais intervêm, respondendo ao superior interesse da criança?». Esta foi pergunta à qual o Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Familiar (CAFAP) da NÓS – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente procurou responder com a dinamização do workshop ‘Palavras que protegem: Reflexão sobre a comunicação e transparência nas intervenções no Risco’, na Biblioteca Municipal do Barreiro, no dia 24 de Janeiro.
“Assumir uma atitude colaborativa” pode ser a chave do relacionamento entre técnicos e famílias de crianças em processos de acompanhamento de situação de risco, conforme demonstrado no workshop promovido pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) do Barreiro e pelo CAFAP da Associação NÓS. A formação realizada reuniu cerca de 20 profissionais de serviços que constituem intermediários entre as famílias e as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, tais como os serviços de apoio a famílias de crianças que, maioritariamente, têm processos nestas Comissões e o Tribunal de Família e Menores do Barreiro.
De acordo com as psicólogas do CAFAP dinamizadoras do evento, Guida Mendes e Lúcia Paço, neste workshop foi feito um convite à “reflexão e partilha de significados sobre as narrativas que efetivamente protegem”. “Comunicare, na origem da palavra comunicar, trata de «pôr em comum» e, no fundo, foi essa a proposta: pôr em comum significados, relações e ferramentas que nos dão suporte a uma prática colaborativa que «protege»”, refere Guida Mendes.
Consciente de que a escolha de «o que se diz» e «como algo se diz» “tem muita influência na relação que se cria” com as famílias e as próprias crianças e jovens, Lúcia Paço recorda que os profissionais envolvidos devem ter como preocupação “ouvir as estórias narradas pelas famílias, mas recontando-as de uma forma positiva e que as aproxime da esperança”. A psicóloga acrescenta que, num processo de acompanhamento, “não é possível mudar o passado mas sim procurar utilizar o discurso da família como ferramenta que permita tornar algo menos bom/confortável em algo que tenha significado no presente e no futuro para esta e para a criança/jovem”.
“Se perguntarmos a uma mãe «o que é ser mal comportado» ou «porque deu um estalo ao seu filho», isso terá um significado para ela, pelo que temos que desmontar/desconstruir o que isso significa naquele contexto familiar e/ou social e naquele momento, de forma a promover uma mudança efetiva; trabalhar com as famílias quando estas acham que «não sabem o que hão-de fazer aos filhos» passa por transformar a sua narrativa saturada de expressões como «é complicado» e «é sempre assim» numa visão que vá ao encontro do que a família quer e que faça sentido para si, evitando a perda de autoridade, encontrando outras formas de expressão – ao perguntar «então como era quando as coisas corriam bem» – e estipulando prioridades, objetivos e etapas para uma mudança de linguagem e de comportamento”, explica Lúcia Paço.
Guida Mendes acrescenta que “importante é, de igual modo, dar a entender à criança/jovem que tipo de interferência/consequências podem determinados atos ter para o seu futuro”, incutindo-lhes a noção de autoria e de responsabilidade. “É diferente dizer a uma criança que se ela não for à escola vai para uma instituição ou que se fizer algo será suspensa da escola ou dizer-lhe que ir à escola é algo para o seu bem-estar. Há que motivar, criar a esperança para o seu futuro, explicar o que pode ganhar com isso, uma vez que, até para se aplicar um castigo que tenha efeito, é preciso que este tenha significado para si e lhe sirva de exemplo”, argumenta a psicóloga.

O recurso a uma “atitude positiva” associada ao uso da linguagem “como base da relação” com as famílias e crianças/jovens é, segundo as formadoras do CAFAP, uma responsabilidade dos técnicos, no sentido de adotarem “uma postura colaborativa” nos processos que conduza a “um bem-estar integral”. “Há que assumir uma postura transparente na comunicação, de clareza nos papéis, de horizontalidade na relação e de confidencialidade – como um direito –, somente com o dever de responder ao superior interessa da criança/jovem”, sublinha Guida Mendes.

Projeto CLDS 4G Barreiro ‘COMsigo’ … Em Entrevista

Projeto CLDS 4G Barreiro ‘COMsigo’ … Em Entrevista

Proximidade, Capacitação, Participação, Mudança, Inclusão. Eis os conceitos que se unem no que distingue o Projeto ‘COMsigo’ que arrancou no concelho do Barreiro a 1 de setembro de 2020. Inserido no Programa Contrato Local de Desenvolvimento Social de 4ª Geração (CLDS...

Associação NÓS abrangida por apoio da IKEA Portugal

Associação NÓS abrangida por apoio da IKEA Portugal

Cerca de 200 crianças receberam brinquedos e materiais de estudo «Vamos brincar e aprender» foi o ‘desafio’ lançado pela IKEA a 10 mil crianças de todo o país, com a oferta de 76 mil artigos incluindo brinquedos e materiais de estudo. A NÓS – Associação de Pais e...

Associação NÓS cria Linha de Apoio Emocional

Associação NÓS cria Linha de Apoio Emocional

Medida está inserida no Plano de Contingência da Instituição A NÓS - Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente tem em funcionamento, a partir desta segunda-feira, dia 06 de abril, uma Linha de Apoio Emocional para os profissionais desta...

NÓS promove Noite de Fados Solidária a 8 de fevereiro

NÓS promove Noite de Fados Solidária a 8 de fevereiro

Iniciativa recolhe fundos para novo CAO No dia 8 de fevereiro, a NÓS – Associação de Pais e Técnicos para Integração do Deficiente vai dinamizar o seu primeiro evento de angariação de fundos do ano 2020. No mesmo momento, o público presente poderá juntar uma noite bem...